quarta-feira, 28 de outubro de 2015

COP 21: Ações tardias e termômetros em alta

A hora é de radicalizar e buscar todas as alternativas que interrompam a fragilização e o aquecimento do planeta.


Não será por falta de declarações, compromissos e reconhecimentos que o processo de enfrentamento das mudanças climáticas não irá alcançar bons resultados durante a realização da COP 21 (Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas) em dezembro próximo, em Paris. Mas o que são bons resultados? Basicamente eles se referem a compromissos e não necessariamente alterações no clima realmente perceptíveis
Os mais otimistas poderão dizer que as últimas notícias vindas de grandes emissores como Estados Unidos, China e Brasil; de importantes resoluções adotadas em encontros internacionais como a Cúpula do Desenvolvimento Sustentável e até mesmo por declarações de influentes religiosos como o Papa Francisco e lideranças muçulmanas sobre a importância de se cuidar do planeta, parecem mesmo representar um avanço importante no combate ao aquecimento global e as mudanças climáticas.
Já os mais pessimistas ou, melhor dizendo, os mais realistas, aplaudem esses posicionamentos, mas além de considerá-los ainda tímidos diante dos desafios também perguntam sem obter respostas:
O que está sendo proposto será mesmo suficiente?
E, o que ainda é mais angustiante pensar: ainda dará tempo de reverter todo esse processo?

A Cúpula de Nova York e o Desmatamento no Brasil
Foram boas e alvissareiras as notícias anunciadas durante a Cúpula do Clima realizada no final de setembro em Nova York e que serviu de palco para diversos países apresentarem seus compromissos nacionais a serem ratificados durante a Conferência Climática de Paris (a COP 21). Grandes empresas também buscaram se destacar e se uniram aos líderes mundiais para selar compromissos de descarbonização de suas atividades e investimentos em energias limpas.
A presidenta Dilma Rousseff também apresentou em Nova York o nosso INDC, sigla em inglês para o compromisso nacional determinado. A meta brasileira é diminuir 37% das emissões até 2025, chegando a 43% de redução em 2030. O incremento no uso de energias limpas, o reflorestamento de 12 milhões de hectares e o fim do desmatamento ilegal até 2030 estão entre as propostas para o alcance das metas estabelecidas pelo governo brasileiro.
Mesmo considerando positiva e apoiando em parte o anúncio oficial do país, organizações e movimentos da sociedade civil se pronunciaram quanto à falta de detalhamento e ousadia do Brasil. Fizeram coro com diferentes abordagens, a Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura; o coletivo Engajamundo e o Observatório do Clima, entre outros.
Unânime mesmo foi à reprovação da meta de conter definitivamente o desmatamento apenas em 2030. A secretária executiva do Diálogo Florestal, integrante da Coalizão Brasil, Miriam Prochnow, afirmou que “a Coalizão entende que temos a obrigação, inclusive constitucional, de atacar isso imediatamente, com mais força".
Na mesma linha, “declarar que o Brasil vai ‘buscar’ políticas para eliminar o desmatamento ilegal é ridículo. O que o governo está dizendo com isso é que aceita conviver com o crime por sabe-se lá quanto tempo. Isso é uma ofensa ao bom senso e ao que o Brasil já mostrou que pode fazer no controle do desmatamento”, disse Carlos Rittl, secretário-executivo do Observatório do Clima. “É preciso lembrar que todos os outros países tropicais já se comprometeram a zerar o desmatamento em 2030”, acrescentou.
Enquanto isso a temperatura sobe cada vez mais
Debates, metas e mesmo críticas à parte, a verdade é que a temperatura continua a subir. Em seu último relatório o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), alertou que a temperatura do planeta subirá quase 5 graus Celsius até 2100.
Já relatório divulgado pela Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA, em inglês) constatou que o mês de julho deste ano foi o mais quente já registrado no mundo. O mês registrou temperatura média de 16,61°C nas superfícies dos continentes e dos oceanos, 0,81°C a mais do que a média de temperatura do século XX. O ano passado já havia sido apontado como o ano mais quente da história moderna. Além disso, os 10 anos mais quentes registrados, com exceção de 1998, ocorreram a partir de 2000. 
A água sobe nos oceanos
Uma das consequências desse aumento constante na temperatura está nos mares e oceanos. Recentemente a NASA, órgão aeronáutico e espacial norte-americano, divulgou um estudo com imagens de satélite que revela um aumento de 8 centímetros no nível dos oceano de 1992 para cá, sendo que em alguns lugares do planeta chegou mesmo a 22 centímetros. Derretimentos de geleiras e expansão da água do mar estão entre as principais razões, efeitos, portanto, do aquecimento global.
Só na Groenlândia, por exemplo, a perda de gelo anual está em 303 bilhões de toneladas e na Antártida são em média 118 bilhões de toneladas que todos os anos têm contribuído para elevar o nível dos nossos mares. Se tivermos em mente que muitas das maiores e mais habitadas cidades do mundo estão localizadas em litorais, pode-se imaginar que efeito isso terá num tempo não tão longo.
Entre a constatação do aquecimento planetário e as ações anunciadas para reverter esse processo, o que nos cabe como sociedade é cobrar mais e mais efetividade e urgência. Descarbonizar a economia global, recuperar a cobertura florestal e mudar radicalmente nossa maneira de consumo e descarte não são mais possibilidades ou alternativas, mas necessidades básicas e urgentes para a própria sobrevivência da espécie humana. Vamos, portanto, radicalizar.
Publicado originariamente: Site Carta Capital 

sexta-feira, 24 de julho de 2015

O clima preocupa até na segurança pública

Por Washington Novaes –
Por mais que se queira, a cada dia é mais difícil de fugir dos temas relacionados a mudanças climáticas. A agência espacial norte-americana (Nasa) está dizendo que o mês de junho último “foi o mais quente dos registros históricos” desde 1880. O ano passado já teve temperatura média 0,69 grau acima da média do século 20 e este ano pode quebrar o recorde de temperatura (Estado, 21/7). Novo estudo de pesquisadores do Nepal, França e Holanda revela que as geleiras na região do Everest, no Himalaia, podem diminuir de volume pelo menos em 70% até o fim do século (elas já se reduziram em 13% nos últimos 50 anos).
Em meio a essas notícias, cerca de 2 mil cientistas de mais de cem países se reuniram em Paris entre 7 e 10 de julho para discutir “o nosso futuro comum sob as alterações climáticas”, com o objetivo maior de propor medidas para reduzir, entre 40% e 70% até 2050, as emissões de poluentes atmosféricos que contribuem para o aquecimento global.
E suas principais propostas foram de eliminar os subsídios a energias fósseis, que hoje chegam a US$ 550 bilhões anuais, e de fixar um preço para o carbono emitido em qualquer parte. Nada mais, nada menos, trata-se de enfrentar a resistência de algumas das forças econômicas mais poderosas, como as megaempresas de petróleo, gás e carvão e a indústria de veículos, entre outras. Mas, se nada for feito, a temperatura média do planeta pode aumentar entre 3,7° e 4,8° Celsius até o fim do século – com consequências que poderão ser catastróficas (ISA, 17/7).
Que fará o Brasil? Nossas autoridades da área do meio ambiente parecem não ter ainda chegado a termo com sua proposta final para a conferência do clima de dezembro, também em Paris, quando cada país deverá apresentar seus compromissos obrigatórios para essa área. Admitem que a proposta deverá ser diferente da defendida em 2009. E o País deverá propor a possibilidade de computar os efeitos benéficos de regeneração natural de florestas (só na Amazônia seriam 17 milhões de hectares de florestas secundárias crescendo e capturando carbono). Além disso, quer defender uma compensação pelo desmatamento reduzido até 2020. A proposta só deverá ser conhecida em outubro. Mas pretende-se analisar mais a intenção de reduzir as emissões nas áreas de energia e agropecuária, assim como a participação dos Estados e municípios no debate maior.
Em suas discussões com o presidente Barack Obama, no final de junho, a presidente Dilma Rousseff situou entre 28% e 33% a participação que as energias renováveis deverão ter na matriz energética nacional até 2030 e comprometeu-se a restaurar florestas (Folhapress, 1/7). Há cientistas, como o professor José A. Marengo, do Inpe e da Convenção do Clima, que acham as negociações na área brasileira muito influenciadas pelas posições de diplomatas do Itamaraty, quando o ideal seria “termos cientistas e diplomatas trabalhando juntos” (Ecológico, junho de 2015).
Estudos de cientistas na publicação Nature Climate Change dizem que a meta de limitar o aumento da temperatura a 1,5 grau neste século “não está totalmente fora do alcance”, mas “as possibilidades são remotas e os custos, elevados” (Observatório do Clima, 28/5), com muitas exigências nas áreas de energia e de transportes, principalmente, além de criar preço para as emissões de carbono a ser pago pelos emitentes. E isso exigiria a implantação de tecnologias de baixo carbono.
O professor Ronaldo Serôa da Motta, da UERJ, tem afirmado que a tendência é de que o panorama atual de crise leve os países a assinarem em Paris um “acordo gradualista, com metas pouco ambiciosas até 2030” (Amazonia.org, junho de 2015). Um dos pontos mais difíceis seria estabelecer metas diferenciadas entre os países, proporcionais a suas emissões históricas e atuais. E adaptá-las ao que vem pela frente com o crescimento das emissões dos países emergentes, principalmente China, Índia e Brasil. “A principal questão”, diz ele, “é fazer com que a China e os Estados Unidos aceitem qualquer meta; se eles aceitarem, o acordo sai, porque o mundo rateia o resto”.
As graves inundações estão entre os principais efeitos devastadores da mudança climática. Foto: Shutterstock
As graves inundações estão entre os principais efeitos devastadores da mudança climática. Foto: Shutterstock
A preocupação da sociedade brasileira parece forte diante da lentidão no ritmo oficial de negociações. Pesquisa do Greenpeace e do Observatório do Clima mostra que 95% dos brasileiros acham que as mudanças climáticas já afetam o País, embora 48% entendam que “o governo federal faz menos do que deveria para enfrentar o problema” – e entendem que as mudanças no clima “têm relação com a crise hídrica e a crise energética”.
Têm razão. Texto do livro Urbanização e desastres naturais, de Lucí Hidalgo Nunes (comunitexto.com, 4/7), relaciona os 20 desastres naturais na América do Sul que causaram mais mortes (quase 150 mil) entre 1960 e 2009. São, principalmente, inundações, movimentos de massa úmida ou seca, tempestades e epidemias – que podem estar relacionados com o clima. Outro estudo, da professora Patrícia Pinho, da USP, mostra que a bacia amazônica “experimentou um aumento na variabilidade interanual principalmente no que se refere ao início e fim do período de chuvas”. Um dos ângulos estudados é a relação com El Niño e La Niña: “Há um aumento dos extremos hidrológicos na região”. Pode ser até na mortalidade de peixes e nas plantações.
Notícias recentes confirmam: o tambaqui e o cardinal diminuirão nos próximos tempos, segundo o Inpa (amazonia.org, 21/7), por causa do “impacto de mudanças climáticas”. E parece irreversível o fim da tão louvada pororoca, no encontro das águas do Rio Araguari, no Amapá, com o oceano. Reservatórios de três hidrelétricas, abertura de canais para irrigação de lavouras – que influem no clima e na água – e pastagens passaram a drenar águas do rio. E não haverá mais pororocas. Quem se preocupou?
Mas, como tem dito o cientista Paulo Nobre, do Inpe (Estado, 21/7), “falta de água já é uma questão de segurança pública”. (O Estado de S. Paulo/ #Envolverde)
Washington Novaes é jornalista/ e-mail: wlrnovaes@uol.com.br.
** Publicado originalmente no site O Estado de S. Paulo.

domingo, 19 de julho de 2015

Futuro Sustentável: O clima vai transformar a economia

Mudanças climáticas forçarão a redução das emissões e a adaptação a um mundo mais quente

Três fenômenos vão ditar como será a economia global nas próximas décadas: evolução tecnológica, demografia e as mudanças climáticas. O menos conhecido e mais imprevisível dos três é o clima. A elevação na temperatura do planeta provocada pelas emissões de gases que causam o efeito estufa é um fato que ainda não mostrou totalmente seu poder transformativo. E as mudanças virão, por bem ou por mal.
De acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), a temperatura média da superfície terrestre subiu quase 0,8°C desde o século 19, quando começou a queima de combustíveis fósseis para a produção de energia. O esforço atual das lentas negociações conduzidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) está em não permitir que o aquecimento ultrapasse 2ºC. É na busca dessa meta que se concentra a mudança “por bem” na economia.
Manter o aquecimento do globo abaixo de 2°C só é possível com um corte rápido nas emissões. Elas precisam cair a zero até o fim do século, com uma redução de mais de 40% até 2050 em relação a 2010. Isso é necessário para que a concentração de gás carbônico na atmosfera fique abaixo dos 450 ppm (partes por milhão). Sem qualquer ação, esse nível será atingido dentro de 20 anos.
Um corte assim significa repensar uma economia que é dependente do carbono. A geração de energia para movimentar automóveis, fábricas, acender lâmpadas e aquecer e resfriar casas é responsável por 65% das emissões. Outros 11% vêm do desmatamento e da agricultura. Será preciso investir rapidamente em novas fontes de energia, remodelar as cidades e tornar a agricultura mais produtiva.
“Fazenda” de painéis solares na China é exemplo de adoção de uma tecnologia que ajuda a limpar a matriz energética global e que vai crescer nas próximas décadas.

Custos

Uma conta feita pela consultoria McKinsey em 2009 apontava para a necessidade de um investimento anual de até 350 bilhões de euros (em torno de R$ 1,2 trilhão) por ano até 2035 para limpar a matriz energética global. Isso representa 1% do PIB mundial, valor que se somaria aos investimentos já feitos na economia. No ano passado, um relatório da Comissão Global sobre Economia e Clima calculou que seriam necessários US$ 4 trilhões além dos US$ 90 trilhões que seriam normalmente investidos até 2030. O dinheiro extra, portanto, seria pouco. O impasse nas negociações sobre clima está, no fundo, em como fazer o dinheiro sair da economia “suja” para a de baixo carbono.
Os dois relatórios mostrem que muitas tecnologias permitem que haja economia de dinheiro. O uso de leds na iluminação, por exemplo, já se tornou um investimento com retorno positivo no longo prazo. “O potencial para a redução das emissões com ganho econômico é enorme”, diz Carlos Rittl, secretário executivo do Observatório do Clima. “Há tecnologias já testadas, como o etanol de cana de açúcar e a geração eólica, que podem ganhar escala. Além disso, há muito o que fazer em ganho de eficiência energética.”
A transição para a economia de baixo carbono também exigirá o desenvolvimento de novas tecnologias. Um grupo de cientistas do Reino Unido pede que seja criado um “Projeto Apollo Global” para o clima, em referência ao esforço feito nos Estados Unidos para levar o homem à Lua. A proposta é que os países envolvidos apliquem 0,02% do PIB até 2025 no desenvolvimento de painéis solares mais baratos, tecnologias de armazenagem de energia e redes mais inteligentes para a distribuição.


O fato por trás dessa ideia é que as tecnologias atuais ainda não são suficientes para que o ritmo de redução das emissões seja o adequado. As usinas térmicas garantem energia a qualquer hora do dia, o que não ocorre com um painel solar ou torre eólica. Além de ficarem mais baratas, essas fontes precisam ser complementadas por sistemas de armazenamento, como baterias e hidrogênio.
“A economia precisa caminhar para um modelo mais descentralizado de produção e consumo de energia”, resume Carlos Rossin, líder de sustentabilidade da consultoria PwC. “Ao mesmo tempo, os efeitos negativos da produção precisam ser internalizados nos preços.” Isso significa que, em algum momento, taxas, limites e créditos envolvendo as emissões se tornarão uma ferramenta para estimular a adoção de tecnologias mais limpas.
A boa notícia é que o mercado responde aos incentivos. No Brasil, o crédito via BNDES e os leilões de energia fizeram com que os projetos eólicos se multiplicassem. A capacidade instalada no país chegou a 6 GW, o mesmo que vão gerar as hidrelétricas do Rio Madeira. “As políticas públicas serão determinantes. O Plano Decenal de Energia brasileiro ainda prevê 70% dos recursos para energia fóssil”, afirma André Ferretti, gerente de Estratégias de Conservação da Fundação O Boticário.

Ritmo

O tempo para elaborar as políticas certas e fazer o dinheiro ir para o lado limpo da economia é curto e o ritmo atual não é animador. Um estudo da PwC mostra que, globalmente, a queda na intensidade de carbono da economia (uma medida de quanto é emitido para se produzir US$ 1 milhão) foi de 0,6% ao ano entre 2008 e 2013. A taxa precisaria ser de 6,2% ao ano, segundo o estudo.
Uma das razões para a lentidão é a falta de um acordo entre os maiores poluidores. As negociações do clima ainda não levaram a um tratado com a ambição necessária para reduzir as emissões. Neste ano, no fim de novembro, uma reunião que será realizada em Paris, a COP 21, dará mais uma chance para que haja metas para o clima. “Estamos esperando demais. Se houver acordo em Paris, ele só terá efeitos a partir de 2021”, lembra Ferretti.
Até o momento, países em desenvolvimento vêm se recusando a um acordo em que tenham metas iguais às de países desenvolvidos. Em Paris, é possível que haja uma alternativa, com medidas diferentes para cada nação. O que pode ser insuficiente para atender o limite de 2°C.


Um estudo recente do Banco Mundial diz que um aquecimento de 1,5°C está implícito nas emissões já feitas pela humanidade, o que traz consequências inevitáveis, como a redução na produção agrícola, aumento no número de eventos climáticos extremos e ondas de calor. A janela para se evitarem os 2°C está se fechando.
Para o economista Petterson Vale, pesquisador da Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto, é preciso pensar alternativas para as negociações e complementar as metas de redução de emissões com estratégias de adaptação. “O paradigma da COP vem falhando. E a opção a ele são leis unilaterais e acordos entre países”, defende.
O histórico das reuniões sob supervisão da ONU não é dos melhores, e a própria organização da COP 21 elevou para o topo da agenda os investimentos em adaptação. A ideia é que 50% do Fundo Climático Global sejam alocados para ações como pesquisa de novas variedades de plantas, relocação de pessoas em áreas de risco e apoio a pequenas ilhas que vão sumir com a elevação dos oceanos.
“Até hoje não existe um bom modelo para se calcular o custo econômico que será provocado pelas mudanças climáticas”, lembra Vale. O mundo, além de tentar evitar uma catástrofe, precisará fazer um seguro para o futuro sem ter ideia de quanto ele pode custar. Essa é a transformação da economia que pode vir a contragosto.
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Texto publicado na edição impressa  do Jornal Gazeta do Povo de 19 de julho de 2015