sexta-feira, 24 de junho de 2016

FOGUEIRA DE SÃO JOÃO RIMA COM DEVASTAÇÃO


Dia 24 de junho, não é só dia de fogueira de festas juninas de São João. Mas também dia Nacional da Araucária. A data foi escolhida em virtude da festa de São João coincidir com a época do pinhão


Onde surgiu a Fogueira de São João?


De acordo com a tradição católica, a fogueira queimou, nas montanhas da Judeia, para anunciar o nascimento de João, no dia 24 de junho. Foi a forma que sua mãe Isabel encontrou para comunicar a chegada do filho à  Maria, sua prima, que também estava grávida e seis meses depois daria luz a Jesus.

Antes da evangelização da Europa, na Idade Média, as fogueiras eram utilizadas em rituais pagãos, que celebravam a chegada do solstício de verão no Hemisfério Norte. Como uma maneira de dar novo significado às práticas pré-cristãs, a exemplo dos cultos solares e lunares relacionados à vida agrícola, o dia 24 de junho foi incorporado ao calendário cristão, como comemoração ao nascimento de São João Batista.

Naquele continente, a diferença entre as estações é bem marcada por um contraponto: o solstício de verão – dia com maior duração da luminosidade do sol (21 de junho) –, e seis meses depois, o solstício de inverno – dia menos beneficiado pela luz solar (21 de dezembro). Entre os mais importantes cultos solares, registrava-se por toda a Europa a queima noturna de fogueiras no solstício de verão, para festejar a vitória da luz e do calor sobre a escuridão e o frio. A Igreja Católica adotou esses marcos cósmicos, atribuindo aos primos João e Jesus dois momentos de honra para seus nascimentos: o primeiro, perto do solstício de verão; o segundo, perto do solstício de inverno.

Reza a tradição popular que, para cada santo junino, a fogueira tem de ser armada de uma determinada maneira: a de São João deve ter uma base arredondada, já a de Santo Antônio deve ser quadrada e a de São Pedro, triangular.

                   Dia 24 de Junho: não é dia de fogueira é dia de pinhão


Araucaria angustifolia é nativa da Mata Atlântica brasileira e está seriamente ameaçada de extinção. Sua semente serve de alimento para a fauna como a cotia e a gralha-azul, que escondem o pinhão no chão e depois se esquecem, fazendo com que surjam muitas mudas. Elas semeiam hoje o que vão comer. 


A Araucária também é conhecida como Pinheiro-do-Paraná por ser o símbolo do Estado, a espécie cobria 40% do território. Em Santa Catarina, chegava a 30% e, no Rio Grande do Sul, 25%. Hoje dispõe de 3% de sua área original, incluindo florestas exploradas e matas em regeneração. Menos de 1% guarda as características da floresta primitiva, sem interferência do homem. Existem apenas em Unidades de Conservação (UC), como parques e Reservas de Patrimônio Particular Natural (RPPN). Este é um dos motivos da necessidade de criação de novas UCs com a ocorrência da araucária.

São encontradas na região Sul do Brasil e nos pontos de relevo mais elevado da Região Sudeste. Existem pelo menos dezenove espécies desse tipo de vegetação, das quais treze são endêmicas (existe em um lugar específico). São encontradas na Ilha Norfolk, sudeste da Austrália, Nova Guiné, Argentina, Chile e Brasil.

Essa frondosa árvore foi praticamente dizimada devido a sua madeira ser de alto valor comercial, chegou a responder por mais de 40% das árvores existentes na Floresta Ombrófila Mista. Atualmente, é muito difícil se deparar com um pinheiro de tronco grosso, com mais de um metro de largura, mesmo em áreas protegidas. Sua ocorrência vai do planalto gaúcho à Serra da Mantiqueira, ocupava em torno de 200 mil km². 




Essa cobertura vegetal desenvolve-se em regiões nas quais predomina o clima subtropical, que apresenta invernos rigorosos e verões quentes, com índices pluviométricos relativamente elevados e bem distribuídos durante o ano. A araucária é um vegetal da família das coníferas que pode ser cultivado com fins ornamentais, em miniaturas.


A queima de Florestas - Um estudo de caso: 

 Volume de madeira queimada na festa de São João em 100 cidades do Estado da Bahia

O professor Dr. José Claudio Flores, da Universidade Estadual do Estado da Bahia UESB, e equipe, ao coordenar uma pesquisa para investigar o volume de madeira incinerada em fogueiras, durante a celebração da festa de São João, verificaram que no município de Vitória da Conquista foi queimado o equivalente a 2.313 arvores, extraídas para atender a demanda de lenha para fogueiras na noite desta festa, tradicionalmente no dia 23 de junho.
Prosseguindo nas suas pesquisas a respeito de demanda de lenha, em Vitória da Conquista em 2010, que em 12 tipos de atividades comercial e industrial, foram consumidas 5.627 m3 /mês de lenha, o que requer a extração de 202.551 árvores, com fenótipo, aparência, do eucalipto, que tem sido muito utilizado no estado da Bahia, em plantios comerciais, chamado também de reflorestamento para produção de madeira.
 Dando continuidade a esta pesquisa temática o professor Flores, e colegas, quantificaram o número de fogueiras que são queimadas na noite de São João, em 7 cidades no Planalto da Conquista: Poções, Planalto, Barra do Choça, Belo Campo, Cuaraçu e Encruzilhada, quantificando 3410 de fogueiras, responsável material pela queima de 2046 m3 de lenha, para o qual são necessários um volume de madeira extraída de 3410 árvores com fenótipo do tipo eucalipto, obtidas a partir de uma área cultivada de 9 hectares. Neste caso, está sendo considerado para cada fogueira 1 (uma) árvore do porte de um eucalipto com sete anos de idade.

Indagações :



Até quando as nossas crenças ou meras diversões irão contribuir para a destruição do nosso planeta?

Você já parou pra pensar que toda queima de fogueira é também causadora dos gases que aumentam o efeito estufa e com ele o aquecimento global?


Compare quantas pessoas sabem que dia 24 de junho é dia e celebrar as florestas de Araucárias, que é a árvore símbolo do nosso estado, e quantas sabem que é dia de Festa Junina de São João e com ela, dia de fogueira?



Textos e fontes extraídos dos seguintes links:
http://www.apremavi.org.br/noticias/apremavi/251/dia-nacional-da-araucaria

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