sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Árvores da Vida

Na semana anterior, quem passava por algumas ruas e avenidas, em especial as Avenidas Paraná e JK ambas no centro da cidade de Foz do Iguaçu se surpreendia pela derrubada das frondosas árvores que lá existiam.
As inúmeras árvores que existem no nosso ecossistema nos dão alimentos e sombra. Uma grande mangueira, por exemplo, através da evapotranspiração, asperge aproximadamente 100 litros de água por dia, reduzindo de forma expressiva a temperatura ao seu redor. Essa redução de temperatura, é ainda mais sentida quando passamos por algum local que concentra muitas árvores e, imediatamente sentimos o clima baixar em aproximadamente 3º C.
Outra grande importância das árvores é captação de carbono que elas realizam através da fotossíntese: por meio da luz solar, as plantas captam o CO2 disperso na atmosfera, metabolizando o carbono, transformando-o em troncos, folhas, flores e frutos, nos devolvendo o oxigênio indispensável à vida humana.
Uma coisa é certa, numa terra sem árvores o ser humano não sobrevive. Basta observarmos o exemplo da Ilha de Páscoa. Lá, a civilização foi dizimada junto com a derrubada da última árvore.
Na época em que tive a oportunidade de ocupar o cargo de Secretário Municipal de Meio Ambiente, lembro-me da vez em que fui chamado em uma igreja para vistoriar três Ipês que segundo o responsável “atrapalhavam a bela visão arquitetônica da obra recém construída”. Respondi ao responsável: “a imponente igreja é uma obra dos homens para Deus, já as árvores, são obras de Deus para os homens e, demais seres vivos. Assim, creio que  a obra divina deve ser preservada.”
Muitos acham que as árvores são obstáculos a serem vencidos, e que as mesmas mais atrapalhavam que ajudam. Exemplos disso são lojistas que as vêem apenas como um “tampa-fachada”. Donos de imóveis rurais que as vêem como impeditivos ao crescimento da produção. Planejadores de sistemas viários que as vêem meramente como risco a visibilidade, risco aos veículos  e transtorno a pedestres .
Sem dúvida, muitas árvores precisam ser manejadas, o que implica em retirar muitas que estejam inapropriadas e, substituí-las por outras mais apropriadas. É inclusive, o que deveria ser feito com a maioria das árvores do nosso centro.
O problema é que, infelizmente não está havendo manejo, mas sim a simples retirada das mesmas, sem a devida substituição. Gradativamente a região central da cidade vai ficando sem árvores, transformando o centro da nossa calorosa cidade em um espaço de clima desagradável.
Para que as cidades possam estudar, planejar e executar ações que resolvam problemas como esses, é que o Ministério Público tem cobrado insistentemente das municipalidades a execução de Planos Municipais de Arborização Urbana, e Foz do Iguaçu nesse aspecto, ainda está em débito.
É inconteste a causa efeito da falta de arvores como aumento do micro clima. Também está provado os danos que causamos à natureza e ao homem pela derrubada de milhares de árvores.  E os problemas ambientais que acontecem em todo o planeta nos lembram e cobram isso constantemente.
            Ser bom administrador público requer uma visão do todo o conjunto e não apenas pontuais. Precisamos sim retirar a muitas das arvores do nosso centro, pois a maioria está em decadência pela idade, passando a oferecer riscos, ou são de espécies inapropriadas para o passeio público, mas também, precisamos de um bom Plano de Arborização Urbana para replantarmos mais árvores do que retiramos, auxiliando na melhora do clima e com isso tornando nossa cidade cada vez melhor para viver.


André Alliana

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