quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Município Paranaense de Entre Rios do Oeste pode ter energia limpa à base de biogás em 2012

Município produtor de suínos poderá ter energia do biogás para abastecer casas e até carros

          Até julho de 2012, Entre Rios do Oeste poderá ter energia elétrica e gás natural produzidos gratuitamente a partir de biodigestores implantados em 102 granjas de suínos da cidade. O combustível que não for utilizado poderá ajudar a abastecer veículos com Gás Natural Renovável (GNR). A medida transformaria a cidade de quatro mil habitantes em um caso ímpar para o mundo da sustentabilidade.
          Com a aprovação de 100% dos moradores, o projeto que já vai entrar numa segunda fase, agradou a população. O programa conta com o apoio do assessor de Energias Renováveis da Itaipu Binacional, Cícero Bley Júnior, e do prefeito de Entre Rios do Oeste, Elcio Zimmermann, ambos gestores do programa que teve a segunda fase das atividades iniciada em junho deste ano.
          Os projetos estão sendo realizados pela equipe de engenheiros da Agência de Desenvolvimento Regional do Extremo-Oeste do Paraná (ADEOP), coordenada pelo secretário-executivo, Elsidio Cavalcante, e todas as ações contam com o apoio do Parque Tecnológico Itaipu (PTI) e da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (ONUDI).
          Hoje a cidade tem quatro mil moradores e mais de 120 mil suínos. Essa disparidade identificada na cidade, de pequeno porte, apresenta forte potencial de poluição que vem da expressiva quantidade de dejetos que, quando não tratados adequadamente, podem gerar contaminação do solo, das águas, proliferação de algas no reservatório e a produção de gases do efeito estufa. Outro problema é que a cidade não tem coleta de esgoto. Dados apontam que 75% das residências contam com fossas rudimentares e 25% com fossas sépticas.
          O primeiro passo, em dezembro de 2009, foi fazer um diagnóstico do potencial energético e elaborar estudos de viabilidade do projeto. Agora, na segunda fase, a equipe está detalhando propostas do programa.
          O biogás produzido nas propriedades será transportado por um gasoduto até uma central de aproveitamento do biogás. Nesse espaço, o biogás poderá ser convertido em energia térmica, elétrica e em Gás Natural Renovável (GNR).
          O biogás poderá ser distribuído às residências para substituir o gás de cozinha e a lenha na secagem de grãos. Na área urbana, o programa prevê a implantação de rede coletora de esgoto que integrará o tratamento do esgoto doméstico dos resíduos sólidos. Para isso será construída uma estação de tratamento que também produzirá biogás.
          "O nosso diferencial para o mundo é que vamos produzir a nossa própria energia, totalmente limpa e renovável, e, ao mesmo tempo, estaremos promovendo a melhoria da qualidade de vida no campo e na cidade", ressaltou Elcio Zimmermann, ao reforçar que uma preocupação do projeto é que ele saia a custo zero para o produtor.
          Todos os projetos serão concluídos até julho de 2012. Segundo Elsidio Cavalcante, isso não impede que os projetos finalizados sejam implantados a partir dos recursos captados ao longo do período. De acordo com os engenheiros da ADEOP, o potencial de produção de biogás do município é de 6.760.150,2 metros cúbicos por ano.
          Desses, 3.107.019 de metros cúbicos poderiam suprir a demanda de energia do Paço Municipal, da Cerâmica Stein e da Fábrica de Ração da Copagril. O excedente, de 3.653.313,2 metros cúbicos substituirá o gás de cozinha e para abastecer veículos automotores. (Com fotos e informações de Ciliany Perdoná /AI ADEOP).

Matéria publicada originalmente no Jornal A Gazeta do Iguaçu (http://www.gazeta.inf.br/)

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