quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Decrescimento e Desenvolvimento Sustentável

Esses dias enquanto visitava a Feira Internacional do Livro o leitor e amigo Claimar  Granzotto, proprietário da Livraria Kunda me contou que acompanha esta coluna e me sugeriu pesquisar um tema, o decrescimento.
Até então, não tinha lido nada a respeito, quando fui à busca de informações me deparei com um grande conceito econômico/ político/ambiental. Baseia-se na impossibilidade de crescer ilimitadamente em especial pela conseqüente escassez dos recursos naturais e das matérias primas ofertadas.
Nesse conceito, o real crescimento e a melhoria das condições de vida de um povo não se medem pelo seu PIB, mas principalmente por outros resultados como IDH, Pegada Ecológica e o Índice de Saúde Social.
Eu que sempre defendi o Desenvolvimento Sustentável fui convencido que para vários dos países desenvolvidos esse conceito já não se aplica mais, pelo simples fato de já ser impossível a sustentabilidade de qualquer ampliação do seu desenvolvimento econômico. Exemplo disso é o Japão e Estados Unidos que já não possuem recursos naturais próprio, sequer para manter seu atual mercado.
Decrecer é inimaginável para os governantes e empresários dos países desenvolvidos, inimaginável também será o resultado ambiental/econômico/social catastrófico da continuidade do seu “modus operandi”.
Semanas atrás publiquei nessa mesma coluna um artigo denominado: “Meu Deus as previsões estavam corretas”, nele alertava para a confirmação pelo INPE- Instituto de Pesquisas Espaciais das previsões dos desastres climáticos resultantes do aquecimento global. Naquela semana pesquisadores do INPE haviam divulgado que desastres climáticos como os ocorridos recentemente nas regiões serranas vão triplicar em quantidade e intensidade nos próximos 70 anos.
O referido artigo lembrava que o IPCC - Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas da ONU, que congrega 2500 cientistas de 130 países, revelou, no início de fevereiro de 2007, que já havíamos chegamos aos limites do que pode suportar o nosso planeta e que as consequências seriam trágicas aos mais de 180 países com população vivendo em regiões costeiras de baixa altitude, onde cerca de 70% possuem áreas urbanas com mais de 5 milhões de pessoas, incluindo Tókio, Nova York, Mumbai (Índia), Xangai (China), Jacarta (Indonésia) e Dacca (Bangladesh). No total, 634 milhões de pessoas moram nas zonas de risco e regiões com menos de 10 metros de altitude.
Esse alerta para a tragédia global não é novidade para ninguém o que temos que avaliar é como os países desenvolvidos vão decrescer. Imediatamente de maneira planejada e gradativa ou, no futuro, de forma trágica.
Segundo um artigo publicado pelo Instituto Ethos: Estamos vivendo duas crises combinadas e desiguais em intensidade e espaço temporal. Uma, de impacto planetário-civilizatório, que ainda tem suas consequências pouco conhecidas. É chamada de “mudanças climáticas”. A outra, de modelo de desenvolvimento – e chamada de crise financeira –, emergiu com força em setembro de 2008, amainou um pouco em 2010, mas voltou em 2011, agora sob outros nomes – crise fiscal, da dívida pública, do orçamento, etc.
Nenhum continente ou país está imune a qualquer das duas crises. Ou toda a humanidade encontra a solução, ou as crises vão se repetir a cada ciclo, cada vez mais profundas e mais dolorosas.
E a solução para a primeira crise passa pelo entendimento da segunda, que é a compreensão de que há uma incapacidade estrutural dos mercados satisfazerem as demandas socioambientais e econômicas, bem como de auto-regulação e de transparência.
A crise econômica depende e dependerá cada vez mais das condições ambientais do planeta. Chegará a hora, em que não havendo uma radical remodelação dos padrões de produção e consumo, nosso planeta dará gradativamente um basta estarrecedor.
Conhecendo a natureza humana, as mudanças necessárias serão feitas pela dor e nunca pelo amor. À custa de cataclismas ambientais que nos obrigarão a mudar drasticamente nosso modo de vida. Enquanto isso o Decrescimento ou até mesmo o Desenvolvimento Sustentável continuará sendo o sonho utópico.

2 comentários:

  1. Pois é André Alliana,
    para tudo inventam nomes... mas não esqueçamos que vivemos num sistema, seja econômico, ambiental, político, antropológico, enfim, tudo faz parte de um ciclo, inclusive a vida. Precisamos, sim, saber lidar com isso. E aí, a importância de esclarecimentos como os que tem dado através de seu blog e de ações em prol da vida no planeta.

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  2. Tenho observado que a mídia vem aos poucos inserindo na mente das pessoas que a causa pelo aquecimento e a escassez de recursos são nossos, e que, a melhor forma, ou seja, talvez a única maneira de eliminar o problema será por meio da RP (Redução da População. Logo..logo, como diz o Fidel Castro, vão inventar uma guerra nuclear e será como o final do filme: Exterminador do Futuro, com o tal Swasnega, salva alguns poucos e solta bomba pra todos os lados, uns anos depois, saem todo mundo dos buracos pra ver o que sobrou e assim, começar tudo de novo, ou seja, uma Nova Ordem Mundial (Nova ERA) Sempre foi assim, cria-se um problema e apresenta a solução? Principalmente após a constatação irreversível do sistema financeiro mundial falido. Nessa retomada, (Quando os poucos endinheirados saírem das cavernas e dos esconderijos nas montanhas) estabelecerão, uma só moeda, um só governo, uma só religião, começando uma nova civilização. Parece piada, mas estamos se encaminhando conforme o roteiro do filme 2012. Depois não digam que não foram avisados..(Frase final do filme)

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