quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Espelho, espelho meu

Mais do que o nome de uma canção de Guilherme Arantes “Planeta Água” é o mundo em que vivemos. O volume de água no planeta, segundo estudos científicos, está estimado em 1 trilhão e 386 bilhões de quilômetros cúbicos (Km3).
O problema é que, este numero aparentemente imenso, tem uma subdivisão no mínimo interessante: 97,2% desse total é água salgada dos mares e oceanos; algo como 1,8% da água total está estocada sob a forma de neve ou gelo, no topo das grandes cadeias de montanhas ou nas zonas polares: outra porção é a água subterrânea, que abrange cerca de 0,9% desse total, e ainda a 0,001% de água atmosférica. O que nos resta ao final nos rios e lagos, é somente 0,0092% de toda a água do planeta.
É bom lembrar que desde os tempos mais remotos, a humanidade costuma lançar seus detritos nos cursos de água. É de se considerar que até a Revolução Industrial, esse procedimento não causava grandes problemas, já que os rios, lagos e oceanos têm considerável poder de auto limpeza.
Com o advindo da industrialização, a situação começou a sofrer drásticas alterações. O volume de contaminantes despejados nas águas tornou-se cada vez maior, superando em muito a capacidade de purificação dos rios e oceanos, que, óbvio, é limitada. Além disso, para piorar, passou a ser despejada na água uma grande quantidade de elementos que não são biodegradáveis. Tais elementos, por exemplo, os plásticos, a maioria dos detergentes e os pesticidas - vão se acumulando nos rios, lagos e oceanos, diminuindo a capacidade de retenção de oxigênio das águas matando gradativamente a vida aquática.
Os rios de uma cidade sãos verdadeiros espelhos d’água, que nada mais fazem a não ser, refletir a nossa irresponsabilidade.
Apesar de não termos indústrias poluindo nossos rios em Foz do Iguaçu, outras coisas são preocupantes: além do esgoto não tratado,  alguns  lava-cars que lavam veículos com produtos químicos contaminantes, lançam tais produtos diretamente no córrego ou rio mais próximo. Além disso, o óleo dos veículos com a lavagem, também segue para os corpos hídricos.
Outra grande preocupação são algumas lavanderias de hotéis que também lançam produtos químicos e detritos nos corpos d’água,  sem o devido tratamento.
Pensando em tudo isso é que os órgãos ambientais estão apertando o cerco contra esses empreendimentos, exigindo o licenciamento ambiental e junto com ele a instalação de estações de tratamento e reuso das águas.
Atentos a essa situação,  empresas locais trataram de desenvolver equipamentos de baixo custo e de alta resolutividade, de forma não só atender os ditames legais,  mas de fato tratar os efluentes de pequenos empreendimentos com a grande responsabilidade que cada um tem.
Por isso quando for lavar a sua roupa ou  o seu veiculo, procure saber se  o empreendimento escolhido tem licenciamento ambiental para operar, se não tiver é você quem esta pagando para ele contaminar o rio da sua cidade.
Você pode ser só uma gota no oceano, mas escolhe se quer ser uma gota de água limpa, veneno ou ainda de óleo, que sozinha tem capacidade de contaminar 4.000 (quatro mil) litros de água.

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