sexta-feira, 18 de novembro de 2011

O contraditório na audiência pública para discutir o projeto de lei que cria a Estrada-Parque Caminho do Colono

Como não poderia deixar de acontecer, na audiência pública que ocorreu em Serranópolis do Iguaçu para tratar do projeto de lei n° 7.123/2010, que institui a Estrada-Parque Caminho do Colono entre Serranópolis do Iguaçu e Capanema no leito da estrada já existente do Parque Nacional do Iguaçu, também apareceram opiniões contrárias.

Técnico Ambiental André Allina, do ADEAFI
A voz contrária foi a do especialista em gestão ambiental André Alliana, representando a ADEAFI – Associação  de Defesa e Educação Ambiental de Foz do Iguaçu.
Em sua explanação o técnico André discorreu sobre o aquecimento global, da necessidade da preservação do meio ambiente e que a reabertura da estrada trará muitos prejuízos ao meio ambiente.
Uma parte do que disse chamou atenção: “Em 1986 a estrada foi fechada. Estudos realizados posteriormente mostraram a importância dessa área para a circulação da fauna. Estudos mais recentes mostram que, numa área natural, é necessário um mínimo de 2 km para amortizar o efeito externo. Aplicando-se este princípio, pode-se observar que o impacto de uma estrada de 18 km no Parque Nacional do Iguaçu acarreta na realidade uma perda de área protegida na ordem de 72 Km² (7.200 ha) o que representa cerca de 4% da área do parque. Ou seja, não se trata apenas de uma estrada e sim da perda de quase 5% do Parque Nacional do Iguaçu. Vale destacar que toda a área de uso turístico, frequentada por cerca de 1 milhão de pessoas por ano equivale a,  aproximadamente, 5%  da área total do parque. Ou seja, a Estrada do Colono, que atendia apenas a um pequeno grupo de pessoas, acarretava o mesmo grtau de impacto de toda a área de visitação às cataratas.” E continuou, ampliando os efeitos negativos: “a fragmentação do parque em 2 partes com a estrada criará mais situações negativas ao meio ambiente”.
Mas finalizando, reconheceu que o projeto em análise diminui consideravelmente os efeitos negativos com as medidas que serão tomadas, no novo formato.
A ADEAFI foi a Ong que entrou com a ação na Justiça Federal que culminou com o fechamento da Estrada do Colono em 1986.
OUTROS TÉCNICOS NÃO CONCORDAM COM ANDRÉ
Euclides Basso contrariando as opiniões de André Alliana
Em continuidade à audiência outros técnicos se manifestaram não concordando com as opiniões do André e da ADEAFI.
O professor de geografia, o sr. Euclides Basso não concordou com as afirmações contrárias a reabertura da estrada. Afirmou, que com as medidas de segurança ambiental previstas no projeto, os efeitos serão os mínimos, em comparação com a educação ambiental que gerará nos visitantes e os cuidados que serão implantados.
Vereador Evandro Mazurana
O presidente da Câmara de Vereadores de Serranópolis do Iguaçu Evandro Mazurana, também formado em Gestão Ambiental, defendeu a Estrada Parque Caminho do Colono no Parque Nacional do Iguaçu, discorrendo sobre os benefícios e que da forma projetada não trará prejuízos ao meio ambiente. Em muitos lugares do Brasil e no mundo existem estradas nestes moldes e não trazem prejuízos ambientais. O recomendável, agora, e unir o homem ao meio ambiente, convivendo de forma harmônica.

Matéria publicada originariamente no Site Kangourou
http://kangourou.com.br/?tag=audiencia-estrada-do-colono

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